Adoro lugares escondidos e alternativos. Em suma, sou adepta do bom e velho "underground". Assim, não é surpresa que eu tenha caído de amores pelo Lapeju. A casa é quase um oásis em meio ao caos que é o entorno da Loca nos fins de semana. Com uma portinha pequena, que pode fazer você pensar "será que é aqui mesmo?", o Lapeju abre por volta de meia noite nos fins de semana.
Lá dentro, você encontra mesinhas no andar de cima, onde pode sentar para petiscar e bater um papo enquanto observa o movimento na rua. No mesmo andar, fica um brechó bem simpático (comprei uma blusinha de couro lindíssima e super original por míseros 30 reais!).
Descendo as escadas, você encontra o espaço "inferninho" da casa: um lugar apertado, com luz baixa e uma vibe meio subterrânea, que abriga a pequena pista de dança, onde a galera se esbalda ao som de funk, soul, MPB e outras variações -- todas de qualidade. Pra completar, os preços são bacanas e a galera é bonita e moderna. Não dá pra querer muito mais.Durante um bom período, o Lapeju foi meu bar favorito na cidade. Localizado no porão de um antigo casarão na rua Frei Caneca, o local abrigava noites despretensiosas com aquele clima de festa em casa sem hora para acabar, com trilha sonora na base de soul, funk, mpb e samba rock, além de cerveja barata. Não havia um turista gringo que resistisse ao charme simples do lugar.
Às vezes, o proprietário, o Lalau, aceitava até tocar discos que algum cliente levasse, como já aconteceu comigo. Com seu falecimento, o bar foi tocado por seus filhos (Lapeju são as iniciais de seus nomes) até ser fechado pela prefeitura. Depois de um tempo eles reabriram, mas dessa vez com horário para fechar. Apesar de algumas mudanças, felizmente a música e a atmosfera pitoresca continuam as mesmas. E hoje eles utilizam a parte de cima do casarão, o que de certa forma tornou o ambiente até melhor.Se freak, underground e indie são adjetivos que lhe caem bem, black music não sai do seu playlist, e você tem uma queda por lugares esquisitos, deleite-se com o Lapeju. Demorei alguns anos, passando semanalmente pela porta, até descobrir que ali era um local público. Hoje é maior e mais preparado para o público, acredite, contando até com funcionários. O ambiente é tão estranho e pitoresco que dá uma sensação de universo paralelo. Das janelas desse porão vê-se a perna das pessoas na Frei Caneca. Nada é fake. É realmente um porão, uma casa, com a decoração que ali se acumulou nas paredes através dos anos contando a história dos donos. É bem pequeno, claustrofóbicos não devem entrar, e trinta pessoas literalmente lotam o ambiente. Sobre a música, quando disse que toca black não quis me referir a hip hop nem nada muito moderno: o som lá toca pérolas do samba rock, soul e funk de décadas passadas. Uma vez lá dentro, não perca a chance de experimentar os drinks da casa.