Pombos viram ´praga urbana´, mas não existe controle em Fortaleza

 
Pombos viram ´praga urbana´, mas não existe controle em Fortaleza

Insect Bye Dedetização e Limpeza Ltda

04/04/2012 - Em Fortaleza, os conhecidos pombos, que proliferam em vários locais, podem transmitir doenças. Porém, a Capital não conta com órgão específico que trate do controle e da prevenção aos males causados por esta "praga urbana". O pombo comum, cujo nome científico é Columba livia, é uma ave doméstica e frequente em áreas urbanas. Em razão da dificuldade de conter a superlotação de pombos na cidade, o biólogo e professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Luís Gonzaga Sales Júnior, sugere políticas públicas voltadas para esta espécie. Dentre elas, a de se fazer um levantamento da legislação à respeito da ave para que se efetue uma inspeção sanitária e, posteriormente, abatam esses pombos com fins de alimentação. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o órgão não desenvolve programa específico para essa espécie. Com relação às doenças causadas pelos pombos e pelo agravante desses pombais se alastrarem pela cidade toda, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), também através de sua assessoria, disse que o assunto não era da competência do Estado, mas sim da Prefeitura. Já a Secretaria de Saúde do Município (SMS) informou não existir programa de controle da espécie e combate às doenças por ela transmitidas. Ambiente O professor da Uece explica que essa ave é de origem europeia, que foi introduzida no Brasil no século XVI. Ele aponta três fatores como fundamentais para a proliferação da espécie na Capital. A alimentação preferencial por grão (milho, arroz) que tem por perto de seu habitat; locais de reprodução ideais (buracos das caixas de ar condicionado ou flechas nas paredes) e a pouca existência de predadores (corujas e gaviões). "O pombo rapidamente prolifera. Após pôr a ninhada, no prazo de 20 dias nascem os filhotes e com um mês já vem uma nova ninhada. Essa superlotação que hoje encontramos em Fortaleza caracteriza mesmo uma ´praga urbana´", acrescentou o professor Luís Gonzaga. Com relação às doenças que podem ser transmitidas por pombos, o biólogo explicou que essas aves possuem, em geral, mosca e pulgões hospedeiros, que são vetores responsáveis por bactérias transmissíveis de Criptococose - micose profunda ou Ornitose- doença infecciosa. As fezes dessas aves também podem carrear tipos de micoses. Abate De acordo com Luís Gonzaga, as tentativas de controle, como uso de gel repelente ou colocação de anteparos funcionam como paliativos, já que os pombos se afastam por um período e depois retornam à origem. "Vejo o abate para fins de consumo humano como a saída para conter a proliferação. Entendo também que nosso Estado deveria partir na frente destinando políticas públicas para controle da espécie e prevenção de doenças". Saiba mais Criptococose - Trata-se de uma micose profunda, cujo agente etiológico, Criptococus neoformans, tem afinidade pelo sistema nervoso central. Os sintomas são febre, tosse, dor torácica, sonolência, rigidez da nuca, acuidade visual diminuída, agitação, confusão mental. São transmitidas através da inalação de poeira contendo fezes de pombos contaminadas pelos agentes etiológicos. Ornitose - Enfermidade infecciosa aguda, cujo agente etiológico, Chlamydia psittasi, tem afinidade pelo sistema respiratório superior e inferior. Os sintomas são febre, dor de cabeça, mialgia, calafrios e tosse. Salmonelose - doença infecciosa aguda, cujo agente etiológico, Salmonela typhimurium, tem afinidade pelo sistema digestivo. Alguns dos sintomas mais presentes são febre, diarréia, vômitos, dor abdominal. É transmitida através da ingestão de alimentos contaminados com fezes de pombos contendo o agente etiológico. Fonte: Diário do Nordeste